terça-feira, 11 de novembro de 2014

Entre Nós e as Palavras #tedxcoimbra2014

palavras noturnas faladas num dia de sol,
entre nós e as palavras, o nosso dever de falar.

O TEDxCoimbra 2014 aconteceu no sábado, dia 25 de Outubro, no auditório do ISCAC, sob o mote Entre Nós e As Palavras, com o poema de Mário Cesariny a servir de inspiração.
E assim foi.
Frederico Diniz, ao dirigir-se aos tedxer's na welcome word fez prever todo um dia em que as ideias iriam fluir pelas mentes dos presentes.
A performance Being Normal is Boring criou um ambiente hipnótico no auditório, e daí à primeira talk, passando pelas palavras de Manuel Castelo Branco, o objetivo estava traçado: um dia em que no final iriamos ver o Mundo de maneira diferente, porque as palavras só fazem sentido se nos conduzirem a uma ação, a uma consequência.
O TEDx e o TED vieram abanar o Mundo e o seu pensamento, e o TEDxCoimbra 2014 cumpre os seus objetivos enquanto evento organizado de forma independente do TED, como bem explicou Frederico Diniz.
Ao ouvir os oradores e performances, ficaram diversas ideias, sensações, emoções, palavras, ações e também consequências. Cada orador e cada performance preencheram longas linhas do meu pensamento, convertido em escrita. E se o ser humano é um ser de comunicação, porque guardar essas linhas e não partilhar com o Mundo?
Assim, ordenei o pensamento, as mensagens que a minha mente e o meu coração captaram, e coloquei-as aqui, de modo a levar mais longe a mensagem TEDxCoimbra: ousar, pensar, questionar, abanar preconceitos, evoluir.
Extremamente rico nas talks, é impossível resumir tudo num singelo texto, por isso, dividi por "capítulos" cada um referente a um orador ou a uma performance. 
Saltando de um pensamento para outro, ou seja, de uma talk para outra, atrevo a dizer que foi um exercício mental brilhante feito por todos os tedxer's ao longo do dia.

orador Domingos Silva, tema "entre nós e as palavras".

A Humanidade e a História fazem-se de mensagens e entre vários homens e mulheres ao longo de gerações, Jesus Cristo tinha uma mensagem, eram palavras, resumidas nos 10 mandamentos. O verso de Cesariny, que serve de mote a este TEDxCoimbra, é um equivoco, temos de fazer uma escolha, nós ou as palavras? E o que ele  quer dizer? à medida que as palavras foram aumentando, foi aumento a dificuldade de comunicação entre as pessoas. Quanto menos as pessoas têm escolaridade, ou seja, não usam muitas palavras, entendem-se melhor. Por exemplo, os pescadores entendem-se bem entre eles. A própria palavra tem uma elastecidade tão grande que abre portas à discussão e divergencia entre as pessoas, e devia ser ao contrario. Deviamos estudar o dicionário. pois o que é certo é que quanto mais palavras as pessoas usam nas suas comunicações, mais se desentendem. "voce viu o que disse?" "voce pensou o que disse?" por vezes acrescentamos imagens e ações às palavras que dizemos. A propria palavra tem uma identidade, uma personalidade da propria pessoa que a diz. O peso da ignorancia é dos maiores pesos que carregamos. Diariamente acrescentamos muita informação. 
Quanto mais aumentamos as palavras, mais aumenta a nossa ignorancia, mas isso é uma inevitabilidade.

orador Luisa Do Valle, tema "orientação nas cidades"

A oradora apresentou um programa que desenvolveu inovador e que nos ajuda a encontrarmo-nos quando nos perdemos, ou então, a não nos perdermo-nos.
Podemos perder tempo, a cabeça, podemos perder nos de um amigo no meio da multidão. Perder significa ficarmos desorientados. Por isso, para não nos perdemos temos de ter uma orientação, uma localização. Os vários humanos têm diversos tipos de sensores, desde radares, olfatos, que os orientam. 
E os humanos, como o fazem, no seu habitat, na sua cidade? Por exemplo, o turista usa um mapa, uma bussula, um gps. Mas mesmo assim, continuamo nos a perder. E porquê?
Gps, pontos de referencia, pessoas,mapa papel - são as linhas de referencia dos humanos.
E o que sentem os humanos quando se perderm? Frustação, medo, panico, confusão, desconforto, insegurança, ansiedade, tudo palavras de teor negativo. As pessoas perdem se involuntariamente. 
Fica a questão, com tanta tecnologia hoje em dia porque as pessoas se continuam a perder?
A oradora desenvolveu um programa que consiste num mapa que desenhou e que permite que os turistas no Porto nunca se perdem. É um mapa com imagens orientativas, é baseado num mapa digital com desenhos orientativos. O lançamento vai ser dentro de meses, na camara do Porto e chama-se city cos - que já se encontra registado nos direitos de autor. Vai funcionar como um mapa mental. Isto vai funcionar como um gps humano, um mapa mental, pois não vamos precisar dos outros aparelhos. A oradora explicou todo o processo de teste, em como este sistema foi testado em 1000 pessoas para saber se este mapa funciona. Não existe nenhum mapa assim no mundo inteiro.
Aqui fica uma inovação made in Portugal: City Cos - city orientation system todos os direitos reservados 2014 porto.

coffee break and networking

Oradora Maria Julieta, tema "tráfico de pessoas"

O tráfico de pessoas é talvez o mais desumano comportamento humano perante outros humanos. As pessoas são transformados em objeto de prazer, trabalho esforçado, campos baldios de orgãos. São vitimas e carrascos, vitimas e libertadores; ladrões de sonhos e a justiça nem sempre é ativa. 
De acordo com os dados 2 milhoes e meio de pessoas são traficadas, segundo as Nações Unidas. é fundamental que exista uma cooperação entre os estados membros das NU. 
Para existir tráfico exige uma forma de coação, ameaça, uso da força, ou de engano, de uma pessoa sobre outra com o objetivo da sua exploração. Em portugal a legislação vai já no 3º plano de combate ao trafico e em 2008 foi criado o observatório de trafico de pessoas e a legislação criada foi em 2007, com varias alterações que tem tido.
Todavia, a condenação de traficantes tem sido quase nula, apesar da existencia de legislação. Isto acontece porque? o trafico acontece devido a abusos de poder, falta de leis, falta de oportunidades na vida de pessoas, idolatria do dinheiro. O trafico de pessoas faz mais dinheiro do que o trafico da droga, porque enquanto a droga se esgota, vende se a mercadoria, as pessoas não se esgotam, Há cada vez mais. E como as multas aplicadas são muito baixas, a opção é cometer o crime e pagar as multas. A lei não define em concreto o que é o trafico de pessoas e isso abre portas à defesa dos traficantes. é preciso fazer prova do objetivo de exploração, e muitas vezes a pessoa traficada está num estado de muita fragilidade e por isso não consegue testemunhar ou queixar se do traficante.
Antigamente para emigrar não eram necessários grandes documentos, só a partir da decada de 90 é que começa a ser necessário varios documentos, inclusive o contrato de trabalho. 
Um problema atual é o facto de a riqueza circular de continente para continente, todavia, na mão de muitos poucos, enquanto que a mobilidade das pessoas é cada vez maior e as pessoas perante as dficuldades que têm nos seus países querem sair e movem se mais facilmente pelos continentes. Antigamente a exploração era de um povo sobre outro povo, atualmente, a exploração é individualizada, é sobre pessoas.
Fica a questão, que posso eu fazer?
Denunciar, apoiar as vitimas. é urgente restituir a vida a aquelas a quem foi roubada. ha a urgencia de dizer não ao tráfico de pessoas.

Orador Bruno Sena Martins, tema "versos de outros corpos,e se eu fosse cego?"

O orador tinha na sua mente para esta talk trazer uma ideia inovadora. Confrontou se com um fracasso e dois desafios. A  experiencia das pessoas cegas, as representações culturais na vida das pessoas cegas e perceber como se dá a reconstrução das vidas das pessoas que num acidente ficam paraplégicos. Outro trabalho é perceber como é a vida dos ex combatentes que ficaram deficientes após voltarem da guerra. O orador falou do exemplo do desastre de Bopal, India, 1984, pois foi outro trabalho da sua pesquisa profissional.
Quis trazer uma ideia inspiradora dos seus trabalhos para esta ted talk. Há uma ideia em que a sociedade produz uma exclusão as pessoas que têm deficiencias, naquilo que na inclusão das pessoas mais vulneráveis diz respeito. O desafio é que o orador faça da vida destas pessoas uma carreira,um estudo, ser emissário das suas vozes, ajuda las a voltar a reconstruir as suas vidas, em vez de fazer um filme, um documentário, escrever um livro.
Um outro desafio que o orador colocou, a titulo pessoal: como lido com experiencias tão distantes? tão fora do meu contexto? É tão diferente ter se a deficiencia aqui em Portugal e na India. Por muita proximidade que a gente tenha com alguem que tem uma deficiencia, nos nunca compreendemos mesmo porque so podemos imaginar, nós não a sofremos no nosso corpo. 
E isso acontece com a cegueira.  quando começou a trabalhar com cegos, percebeu que há preconceitos em relação aos cegos e que são pessoas iguais a todos nós. Vemos a cegueira como tragediae isso provoca comportamentos de preconceitos. O mundo da cegueira é um mundo sensorial muito rico, com muitas experiencias. A cegueira é como um lento entardecer de verão. A cegueira é um mundo feito de outros sentidos. mas a maioria das pessoas ve a cegueira como tragedia porque é o nosso corpo que o diz. Na impossibilidade de habitar o corpo de outra pessoa, nos ficamos refens das palavras. 
O desafio é tentar fugir aos constrangimentos das nossas culturas e temos de reinventar lugares de justiça social. Temos de ter tempo e coragem.

oradora Manu De La Roche, tema "a palavra de provocação: burlesco"

A oradora baseou a sua Ted Talk na teasing word: burlesco. Fazendo uma contextualização histórica sobre o burlesco  até às ideias pré-concebidas das pessoas. Estamos perante uma arte de striptease com teasing, ou seja, stripteasing. Na verdade, o burlesco é a evolução do striptease da industria do sexo. No seculo XV, XVI, na comedia de Delarte surgiu a palavra burlesco que queria dizer burlar, satirizavam. Satirizar é os acts dos burlescos. 
E essa sátira tem também um objetivo de divertir as pessoas.
A primeira burlesco do período vitoriano, foi Lydia Thompson and the British Blondes. 
O guarda roupa é muito importante no burlesco, o que Lydia fazia era o drag queen, tinham atos de canção, e pequenas performances teatrais, na época da rainha Vitória. Tendo depois idopara a América, onde foram muito famosas.
O burlesco clássico foi criado pelos americanos, inclui o strip, tirar roupa, mas não se fica nua, e foi inspirado na Lydia Thompson.
1910, 1020, foram os anos em que os americanos começaram então a fazer este tipo de burlesco. Surgiu então Josephine Baker e em Paris, no cabaret muito famoso, ela passou a ser a artista principal. Era chamada a de artista exótica, dançarina exótica, porque era negra. Atuou em portugal na época de Salazar.
Na américa temos Sally Rand, que em 1940 foi a criadora do numero com os leques. 
Lili St Cyr, que foi a criadora do numero da banheira e também Gypsy Rose Lee, que ficou famosa por entrar na industria de hollywood e tb ser comediante. Dixie Evans, era considerada a Marylin Monroe e fazia muitos espetaculos em Las Vegas. Tempest Storm, que ainda é viva, tem 80 anos, e ainda faz espetaculos. 
Dos anos 50 aos anos 90 houve um adormecimento do burlesco devido a pornografia que surgiu nessa altura e o burlesco deixou de ser frequentado.nessa época, mesmo assim salienta-se Fannie Annie em que participou em filmes de hollywood.
Entretanto surgiu o neoburlesco, sobretudo com Dirty Martini de Nova Iorque, cujo estilo é reviver o burlesco clássico. Catherine D'lish, com quem a oradora já fez uma formação, é conhecida por ter inventado vários acts, um deles o do copo de champanhe. 
Dita Von Teese, que criou o copo de martini, é um icones do burlesco, atualmente.
Em Portugal temos o primeiro grupo de burlesco com o Cais do Sodré Burlesco, Lisbon Underground Burlesque, Voix de Ville, Radio Royale, Miss Tea, Marcia Rocha, Bastet Cabeleira, Mad, Manu De La Roche, Boylesque - sendo Russel Brunner o mais conhecido.
A oradora terminou a sua Ted Talk com o visionamento do video fantástico de Dita Von Teese no copo de champanhe. 

orador Pedro Basilio, tema "a vida é uma academia"

Atleta paraolimpico, o orador esteve sempre ligado ao desporto, tem 44 anos, e faz triatlo. 
Uma talk que foi uma autêntica lição de vida.
Aos 26 anos teve um acidente de viação e perdeu a perna direita. Na altura, pareceu lhe que tinha terminado a vida. Aos 28 anos descobriu que conseguia andar com uma perna artificial e aos 30 anos ja corria no atletismo com a perna artificial. Aos 32 anos queria entrar em alta competição e ja era velho, dizia-lhe a sociedade!, mas como era teimoso, insistiu e começou a fazer triatlo. Em 2008 foi vice campeão da europa e em 2012 foi campeão na distancia longa. 
Como é que uma vida nos ajuda a ficarmos mais fortes? é na destruição, quando nos temos de erguer. O que hoje nos faz sofrer amanha vai nos fazer mais fortes. Para darmos valor à vida temos de ter dissabores e isso torna nos mais fortes. As coisas más não são para nos prejudicar mas sim para nos fazer superar os desafios. "faça da sua vida uma academia todos os dias vai ter desafios e de certeza que os vai superar."

bag lunch

no hall e parte exterior do iscac, pessoalmente a aproveitar um sol fantástico!!!

performance Baltazar Molina : Tempo

Esta performance foi realmente uma viagem pela musica oriental da Ásia sons que convidam a uma viagem pela India, a imaginarmo nos nos festivais hindus, as cores vibrantes das dançarinas, a magia dos faquires, os elefantes enfeitados. terra de contrastes, uma vezes calma e meditativa,outras eufórica. 
Apresentando ritmos oriundos da Siria utilizados nas cerimónias sufis. muito conhecida este tipo de musica na turquia e de várias geografias distintas, usando o som dos tambores, Baltazer Molina levou os Tedx'ers numa divagação mental para muito longe do auditório do ISCAC. Fascinante. Conquistou a plateia, encantou e em sons descreveu palavras das regiões que o inspiraram.
Verdadeiramente fabuloso, deixei-me enfeitiçar.
Aqui fica o site para quem quiser "viajar" www.baltazarmolina.com


orador Miguel Ruivo, tema "livro de esboços : para que serve?"

O processo criativo do orador é baseado em palavras, só que as converte em esboços, em desenhos. Para preparar a sua talk, o orador baseou-se na palavra vulnerabilidade. 
Desde cedo, o orador explicou que já em criança fazia muitos esboços pois como não tinha amigos para brincar, para se entreter, desenhava. Desenhava tudo o que lhe interessava. Desenhava imenso para passar o tempo nas aulas, quando estava no liceu e estava disciplinas que não gostava, era assim que passava o tempo. E este comportamento permitiu que no seu grupo de amigos ganhasse a sua identidade pelo desenho, por estar sempre a fazer esboços. Na universidade já foi para a escola de artes de coimbra e atualmente usa o desenho não para se entreter mas sim para refletir o mundo exterior.
A imaginação é uma maquina muito potente mas é preciso combustivel para o criador não se tornar repetitivo. O seu livro de esboços serve para explorar o mundo e faz parte da sua identidade, contudo o desenho implica escolhas pois desdobra-se em varias escolhas, cores, material e por isso não nos devemos estagnar, mas sim sempre evoluir.  
Para o orador o livro de esboços é uma manifestação fisica da paixão que tem pelo desenho.
O seu livro de esboços leva-o a sair de casa e explorar o mundo e a partilhar a realidade com os outros.

orador Fernando Carlos, tema "a arte como instrumento da liberdade"

O orador levou-nos numa viagem entre as palavras e a pintura. O orador comunica as suas palavras através da arte, seja no papel na tela na roupa no muro, tento fazer poesia. Importa a expressão, olhar, renovar e transformar. 
A sua arte não precisa de materiais de luxo, pelo contrário, utiliza muitos materiais para fazer reciclagem para fazer a sua pintura, seja por razões economicas, seja pelo conceito. Pinta sobre revistas e postais e flyers, um conceito que considero de vanguarda. 
O orador define-se como um poeta que desenha. transforma a sua poesia em pinturas. Na sua talk transmitiu uma ideia sábia, a liberdade tem um caminho que tem a haver com a consciencia. É necessário fomentar a discussão. Não podemos esquecer que a arte serve para nos alimentar, ou seja, a arte tem de por em causa, questionar, provocar a discussão. é óbvio que as vanguardas incomodam, são motivadoras de mudança de mentalidades. Mas numa sociedade livre a arte tem de caminhar sem necessidade que lhe digam qual o caminho. 
A arte livre é uma arte consciente.

orador Paulo Mira Coelho, tema "é nosso dever falar ao longo da muralha que habitamos"

Nem todos conseguem ser transformadores, porque nem sempre conseguimos deixar de ser aquilo que somos e sermos aquilo que a sociedade quer de nós, mas devemos tentar. Não caminhamos para o futuro, o futuro é que caminha para nós, pois o tempo só corre no presente, nunca no passado e jamais no futuro. 
E uma questão que se coloca, fulcral, é a de que, se amamos tanto os nossos filhos, porque estamos a deixar o nosso planeta sem solução? É preciso que os nossos erros façam parte do passado e nos ajudem no nosso caminho para construirmos o futuro. Os holocaustos foram e são criados pela mão humana. não há aqui nenhum ateísmo radical.
O orador refere que o poder das escolhas implica uma luta interior e por isso somos uma entidade e uma identidade. Tudo em nos faz parte de uma totalidade integrada. O livro arbitrio é sempre uma escolha entre o bem e o mal, mas deve ser sempre pela luz que faz avançar a Humanidade. E isso revela como podemos mudar o universo e nós mesmos. E por isso existe a morte, para podermos retomar o caminho e voltar a ter escolhas. 
O Homem é a síntese do universo inteiro, é a síntese de todos os mitos, só aproveita esse conhecimento quem quer. 
Uma mensagem importante, que ficou nos meus apontamentos, no dia da morte, seremos apenas diferentes, mas não inexistentes. Tudo é energia, todos somos energia. a morte não é o fim, nós somos o admirável mundo do futuro. 
Fica a questão, (erro de Deus) como colocar o Homem em sintonia com a sua origem? 

oradora Catarina Isabel Martins, tema "o espaço Entre"

Professora de humanidades na faculdade de letras na Universidade de Coimbra, falou-nos de como a cultura fala de diversas formas, por exemplo, um ato de vandalismo pode ser um ato de cultura, pois na sua óptica, a cultura são manifestações e é preciso estudar o que está por detrás dessas manifestações. 
A oradora deu o exemplo, em Coimbra, só os homens só podem cantar o fado. A mulher é a musa, mas o unico que canta é o homem. Este comportamento/tradição é uma manifestação de cultura que tem o seu significado.
O espaço Entre é aquele em que pode haver uma manifestação de cultura mesmo num ato de vandalismo. os estudos culturais o que fazem é entender a liberdade, é procurar libertar conceitos.

coffee break and networking

novamente o fabuloso sol no átrio do ISCAC, simplesmente brilhante!

Manuel João Vieira : o que eu que para aqui a fazer?

O orador, conquistando a plateia com boa disposição e espalhando ousadia pela plateia, falou do seu projecto "orgasmo carlos", em que tem a haver com uma identidade, não tem objetivos económicos.
Pretende ser uma forma de mensagem, de transmitir palavras e ideias.
Falou também da personagem "o candidato Vieira" que vai buscar quer ao absurdo quer à retórica politica, no sentido de abalar o modo de fazer política mais conservador, para abalar e através da ironia causar discussão e debate.
Cartazes, internet, coloquios, espetaculos, prime time da tv, foi tudo utilizado neste projecto e ja tem um financiador anonimo para apoiar o candidato Vieira nas próximas eleições. 
O candidato Vieira é uma tentativa de destruir a construção politica existente, não está associado a nenhuma ideologia. É agitar as águas, as mentalidades.


orador Ernesto Costa : Da matéria à imaginação 

O orador exerce a sua atividade no departamento de engenharia informática da Universidade de Coimbra, abordando na sua talk o tema da inteligência artificial.
Posso dizer que só pelo tema, algo que para mim é fabuloso e pelo qual me interesso bastante, foi a talk que eu gostaria que tivesse durado horas inteiras!
"A unica forma de pensar, isto é, de avançar, é ser impreciso, inexato, em relação ao pensado". Gonçalo M. Tavares
A ciência é a nossa história. Materia, vida e mente/social são os 3 aspetos da História. Na Humanidade temos 3 momentos de ruptura epistemologica: 1 - Copérnico, que diz que a Terra não é o centro do universo; 2 - Darwin diz que todos os humanos e os animais têm a mesma origem e em 3 foi Freud que disse que não há apenas um só eu mas cada pessoa tem mais eus. Devido a estes fatores há tanta relutancia quanto a abdicar da inteligencia humana, a unica coisa ainda dos humanos, algo que é seu factor diferenciador dos restantes seres vivos ( apesar da minha relutância nesse sentido, poderemos debater sim quais são os padrões normais de inteligência? quem os definiu, o Homem? sou bastante critica, controversa e polémica quanto a isso). 
A questão que se coloca, que a Humanidade coloca é, poderão as máquinas derrotar a inteligência humana?
O orador demonstrou o teste de turing com os Tedx'ers, um momento muito interessante.
Hoje em dia sabemos que ha uma grande transversalidade entre as várias áreas da vida e por isso coloca-se a questão "podem as máquinas evoluir?"
 Tal como na parte final de "Blade Runner", ( brilhante excerto do filme que o orador trouxe para a sua talk) a grande questão é saber o que é a consciência?
Somos máquinas, sim, mas imperfeitas.

oradora Susana Paiva, tema "nesse território de penumbra (vivo entre palavra e imagem)"

Nós somos muito formatados para aprender em palavras. E, hoje em dia, com o acesso às tecnologias, ser-se fotografo é muito mais do que andar com equipamento fotografico, pois se o conceito fosse esse, todos nós seriamos considerados fotografos. Mas ser se fotografo tem também, e essencialmente, a haver com a capacidade de escrita através da imagem. Uma mensagem profunda e atual.
A oradora considera-se uma leitora do mundo, é o que faz da sua atividade de fotografa. Não há coisas inspiradoras, na sua opinião, o que ha é a disponibilidade, sensibilidade de cada pessoa se deixar inspirar. Como fotografa tem de conseguir comunicar com os varios publicos com que comunica atraves das imagens. A sua profissão consiste em ter capacidade de imaginação e transformar isso em imagens, é uma imaginadora profissional.Um conceito de fotografo que simplesmente adorei.

orador: Gonçalo Castelo Branco, tema "só sei que nada sei"

Gonçalo Castelo Branco, investigador em Estocolmo, Suécia, no campo da ciência básica mas também estuda ciencia aplicada, nomeadamente nas células ligadas às doenças degenarativas do cérebro. The developing brain. Um tema delicioso de ouvir falar, explorar, debater, certamente seriam necessárias horas sem fim.
Desde a descoberta do DNA, modelo de estrutura por Watson & Crick, imagem projetada para os Tedx'ers verem, de Antony Barrington-Brown, datada de 1953, até ao presente, sabemos que hoje em dia muitas doenças são originadas nas mutações do DNA.
O speaker explicou o sistema CRISPR. Os virus não infectam apenas os humanos mas também as batérias. Em laboratório ja foi provado conseguir se que a batéria consegue cortar o DNA do virus e travar a evolução do virus.
Numa talk muito interessante, o speaker continuou explicando que o cérebro funciona através de impulsos eletricos, sendo que as celulas nervosas têm uma camada isolante e o saber porque estas celulas deixam de ter capacidade de produzir esta camada isolante é o que o laboratorio do orador estuda. 
Existe imensa coisa que não sabemos e que investigamos apenas por curiosidade, e daqui a uns anos descobre a própria Humanidade entende a utilidade dessa mesma descoberta.

orador/performance: Paulo Bastos "tradição na globalização"

Uma autentica viagem, através da musica, pelos vários locais do Mundo mas sempre misturadas com instrumentos e sons portugueses. Um conceito da musica cativante: fechar os olhos e imaginar a viagem. 
Ao ouvirmos musica oriunda da macedónia, musica tradicional cigana, cantada em portugues, apercebemo-nos da importancia da globalização nas tradições e neste caso em concreto, nas musicas, pois podemos ir buscar inspiração a varias culturas do Mundo e fazer misturas.
A principal mensagem do speaker é realmente de que a tradição é uma porta do passado. O filtro da tradição faz com que das obras seja retirado, ao longo do tempo, o que é superfluo e ficar apenas o que as pessoas vão fixando e isso é que é passado e lembrado.
A tradição só faz sentido se servir de inspiração nas coisas que fazemos na nossa vida.
Closing word by Frederico Diniz.

Paula Vaz Franco
www.facebook.com/paulavazfranco 
 

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