terça-feira, 19 de julho de 2016

Some Thoughts About Hunter Thompson

“Although I don’t feel that it’s at all necessary to tell you how I feel about the principle of individuality, I know that I’m going to have to spend the rest of my life expressing it one way or another, and I think that I’ll accomplish more by expressing it on the keys of a typewriter than by letting it express itself in sudden outbursts of frustrated violence”
October 1957, HT

Hunter Thompson é uma referência do mundo da escrita para mim pois tem grande influência no modo como transcrevo em palavras o que vejo, sinto e apreendo ao meu redor. Não convencional, criador de um novo estilo de escrever ( isto porque a sua visão sobre o que é escrever era também diferente ), ele simboliza libertar a mente mas sobretudo percorrê-la, descobri-la, sem medos nem receios. Interpreta as pessoas e a realidade sem a máscara que costumam usar e por isso revela o que há de verdadeiro nelas, sempre de uma forma intensa e muito apaixonante. Quando se começa a ler Thompson é impossível parar e sequer resistir ao seu pensamento. No final, é quase que terapêutico pois é uma viagem ao nosso interior mais simples mas mais complexo, em suma, é encontrarmos o nosso paradoxo. 
Não tenhamos ilusão, nós não somos simples, somos feitos de complexidade, e, por isso, é que complicamos a vida. Essa sim, é bastante simples: nascer, manter o organismo vivo e morrer. O ser humano acrescenta-lhe uma boa dose de complexidade, devaneios de meros mortais pois o desfecho final é sempre o mesmo.
PCf

breves notas about a life

Hunter Stockton Thompson  nasceu em LouisvilleKentucky18 de julho de 1937 — AspenColorado e suicidou-se a 20 de fevereiro de 2005.
Jornalista e escritor norte-americano ficou conhecido pelo seu estilo de escrita extravagante, aperfeiçoado no seu livro mais famoso, Medo e Delírio em Las Vegas .
Hunter Thompson foi o criador de um estilo denominado Jornalismo Gonzo, um estilo que se caracteriza por terminar com a distinção entre autor e sujeito, ficção e não-ficção.
Entre várias revistas foi jornalista da Rolling Stone, a maior revista de contracultura nos Estados Unidos. 

Mas antes o seu percurso foi bastante interessante e apelativo.

Em 1965 Thompson conseguiu seu primeiro grande sucesso. Estava a morar em San Francisco e conheceu membros da famosa gangue de motociclistas fora-da lei Hell's Angels. O editor da publicação The Nation pediu a Thompson para fazer uma matéria sobre o fenomeno dos gangues de motociclistas, e o resultado foi o livro Hell´s Angels - Medo e Delírio Sobre Duas Rodas (Conrad Editora, 2004), lançado em 1966. Thompson tinha passado um ano convivendo com membros dos Hell's Angels e o resultado foi um retrato completo, sociológico, antropológico, psicológico e político do fenomeno das gangues de motociclistas, os seus problemas com a polícia, o seu envolvimento com a contracultura da época e seu tratamento na grande comunicação social americana. O livro é considerado um clássico do New Journalism.
Durante a segunda metade dos anos 60 Thompson conviveu ativamente com a contracultura e a comunidade hippie de San Francisco e começou a utilizar uma grande variedade de drogas, como o LSD, a Mescalina, entre muitas outras. Também bebia muito e fumava tabaco, sendo sua marca registrada estar sempre com um cigarro na boca, fumando sem parar. Esse estilo de vida alucinado influenciou muito seu trabalho, levando ao desenvolvimento do Jornalismo Gonzo. O seu primeiro artigo genuinamente gonzo foi O Kentucky Derby É Decadente e Depravado, publicado em 1970 na revista Scanlan's Monthly. Escalado para cobrir a tradicional corrida de cavalos que acontece há mais de cem anos na sua cidade natal de Louisville, Thompson se afundou em um torpor alcoólico de quatro dias junto com o artista Ralph Steadman, que a partir de então ilustraria a maioria de seus artigos. Ao final da aventura, Thompson não sabia quem tinha ganho a corrida, mas produziu um artigo altamente ácido e crítico sobre a sociedade do sul dos Estados Unidos, repleto de digressões, e interferência do autor no curso dos acontecimentos, botando por terra a objetividade jornalística e a distinção entre autor e sujeito da narrativa. Nenhum jornalista tinha ido tão longe.

An interview
http://www.theparisreview.org/interviews/619/the-art-of-journalism-no-1-hunter-s-thompson