quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Obrigado, Leia. The Force Is Strong In You.

Falar de Carrie Fisher é falar da primeira personagem feminina que considerei superheroina e que me inspirou. Todas as meninas querem um dia ser uma princesa. Eu queria ser como a Princesa Leia, uma princesa que percorria o espaço e que lutava numa rebelião contra o Império. Ela era decidida, determinada, sabia lutar, usava armas, acreditava numa causa e tinha uma vida cheia de ação. Quando somos crianças construimos os nossos valores, princípios, os nossos ideais do que queremos ser e como vamos ser um dia. A nossa personalidade forja-se quer em pessoas reais quer em personagens do imaginário. E isso acompanha-nos uma vida inteira. Fazer parte da família Star Wars por ter crescido a ver os filmes, a devorar os detalhes, a saber de cor todas as histórias, faz com que esta partida inesperada da minha primeira superheroína, deixe um vazio inexplicável. Posso dizer que não estava preparada para tão cedo assistir ao desaparecimento de qualquer um dos três, Han Solo, Luke Skywalker e Leia. Tinham voltado à saga, George Lucas estava a dar continuidade à saga, o meu imaginário estava a fervilhar com o desenrolar dos Jedis agora com o neto de Darth Vader e Rey, que simplesmente adorei. 
A vida testa-nos, penso. E a vida é feita de resistência a momentos que nos abalam.
Uma alegria grande por ver o Mundo triste com a partida de Leia e todo o carinho que por ela que surge de todos os cantos. 
Um obrigado a Carrie Fisher por toda a inspiração como Leia e fora da personagem, mulher dedicada à escrita, à poesia, ativista pelas pessoas que sofrem doenças mentais e que a sociedade tanto discrimina e atua com preconceito. Uma mulher das letras, humanidades, ativa, determinada, rebelde, que dizia o que pensava e comportava-se como bem entendia, sem se preocupar com os julgamentos da sociedade. Vivia livre e inspirava essa liberdade. Assumia os seus problemas, as suas diferenças, os seus defeitos. E vivia com eles sem os esconder ou procurar modificar.
Terei imensas saudades e sentirei profundamente a falta de Leia na saga Star Wars.
Até um dia. 

Paula Cristina Franco




atriz | autora | ativista pela saúde mental


Carrie Frances Fisher nasceu em Beverly Hills, Califórnia, filha do cantor Eddie Fisher e da atriz Debbie Reynolds.
Teve uma filha chamada Billie Catherine, com o agente Bryan Lourd, nascida em 1992.

Em 1973, Carrie foi estudaqr para a London's Central School of Speech and Drama. Em 1978, foi foi estudar Artes na Sarah Lawrence College. Entretanto, tinham começado as filmagens da saga Star Wars e a sua agenda tornou-se incompatível com o curso.

Carrie era uma leitora ávida, desde criança. Passou a infância de volta de livros de literatura clássica e a escrever poesia. Na adolescência estudou no Beverly Hills High School até os 15 anos, quando se estreou como cantora na Broadway com o musical Irene, em 1973.

Estreou-se no cinema com a comédia Shampoo (1975), com Warren Beatty, Julie Christie e Goldie Hawn, Lee Grant e Jack Warden. Em 1977, Carrie estreou aquele que a eternizaria no papel da Princesa Leia Organa, em Star Wars, com Mark Hamill e Harrison Ford. 

Em 1978, estreou com John Ritter o filme da ABC Leave Yesterday Behind.

Carrie trabalhou também em The Blues Brothers, mas sem ser creditada no final. 

Trabalhou na Broadway, em 1980, em Censored Scenes from King Kong. No mesmo ano atuou novamente em Star Wars: The Empire Strikes Back

Em 1982, estreou novamente na Broadway com Agnes of God.

Em 1983, voltou mais uma vez para Star Wars, com Return of the Jedi, momento em que posou para a famosa sessão de fotos em que aparece com um biquíni de metal na capa da revista Rolling Stone. O bikini tornou-se num ícone da cultura.

Carrie Fisher é uma das poucas atrizes a atuar num filme com os dois irmãos John e James Belushi. Em 1986, atuou no filme de Woody Allen, Hannah and her Sisters

Em 1987, publica o primeiro livro, Postcards from the Edge, uma obra semi-autobiográfica, onde ela satiriza e noveliza sua própria história pessoal, falando do uso de drogas nos anos 1970 e do relacionamento com sua mãe. O livro se tornou um bestseller, e ganhou o prémio Los Angeles Pen de melhor livro. Ainda em 1987, trabalhou em The Time Guardian, um filme australiano.

Em 1989, atuou em When Harry Met Sally e, com Tom Hanks, em The 'Burbs.

Em 1990, a Columbia Pictures lançou a adaptação de seu livro Postcards from the Edge, no qual foram estrelas os atores Meryl Streep, Shirley MacLaine e Dennis Quaid. 

Carrie atuou também na comédia Drop Dead Fred, em 1991 e em Austin Powers: International Man of Mystery (1997) fez a terapeuta familiar que tenta reaproximar o Dr. Evil do filho.

Carrie publicou outros livros, Surrender the Pink (1990) e Delusions of Grandma (1993). Também trabalhou, sem os devidos créditos, nos guiões dos filmes como Lethal Weapon 3, Outbreak e The Wedding Singer

No filme Scream 3 (2000), Carrie interpreta uma atriz confundida com Carrie Fisher. Em 2001, fez de freira no filme de Kevin Smith, Jay and Silent Bob Strike Back. Interpretou e foi produtora executiva do filme These Old Broads (2001)

George Lucas a contratou para para os guiões das crónicas do jovem Indiana Jones, The Young Indiana Jones Chronicles.

Carrie escreveu e atuou na sua peça Wishful Drinking, em Los Angeles, em 2006. 

Em 2008, ela lançou o livro com o mesmo nome, baseado na peça e realizou uma book tour. Em 2009, o audiobook de sua biografia, Wishful Drinking, ganhou uma indicação ao Grammy.

Em 2010, a HBO transmitiu um documentário baseado na performance de Carrie na peça Wishful Drinking e atuou na série Entourage.

Em 2013 anunciou o seu regresso à saga Star Wars, tendo entrado no filme Star Wars: The Force Awakens.

Antes do seu desaparecimento, Carrie Fisher deu vida à Princesa Leia no Star Wars: Episódio VIII, que chega às salas de cinema em Dezembro de 2017.

Despediu-se com o seu mais recente livro, The Princess Diarist.