quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Talvez Estejamos Sós

a chuva apareceu naquele dia
ainda mais sombria,
demasiado fria e solitária.

o tempo surgiu e envolveu-nos,
ficámos prisioneiros
do desconhecido que aí vem.

a vida que nos leva e
do nada, nos abandona,
repete-se no infinito.

talvez estejamos sós,
talvez, nada sabemos,
nada somos,
existimos no contínuo
que não se interrompe,
cumprimos profecias
outrora abençoadas
por rasgos de esperança,
por sonhos nascidos numa
loucura nobremente forjada.

Paula Cristina Franco
poet | spoken words