quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

MACAU: A Experiência dos Sentidos #twsbloginvites

A fazer prever um 2015 com aventuras, sonhos e projetos, o TWS para o seu primeiro post do Ano Novo apresenta mais um convidado para colaborar com o The World Shape.
Desta vez o convidado é Manuel Junior, Advogado e atualmente a frequentar o curso de Business Law na Universidade de Macau, China.
O TWS agradece a colaboração do nosso convidado sobretudo por um artigo que nos leva numa verdadeira aventura por Macau! Aqui fica e espero que se deixem encantar pela mítica do oriente como eu me deixei! Puramente fabulosa esta terra, outrora sob alçada portuguesa e onde ainda é possível encontrar inumeras memórias, bem vivas, de Portugal.
Enjoy and be always just fab dear followers! PCf
#TeamTWSblog




              MACAU: a experiência dos sentidos



Macau, trinta e um de Março de dois mil e oito. Um dia como outro qualquer. Não! Não seria um dia como outro qualquer. Foi o dia em que troquei olhares com Macau pela primeira vez e que, anos mais tarde, recordaria  como o dia chave de toda a mudança que se iria operar na minha vida.


O contraste de luzes de cores variadas e a fina, porém, agradável chuva que se fazia sentir naquela noite, conferia um efeito mágico ao lugar. Centenas, para não dizer milhares de pessoas, enchiam as ruas num frenesim por mim jamais experienciado, apesar da minha vocação (e alma) de viajante. As luzes vinham de todas as direções e seguiam, de igual forma, em todas as direções. Hotéis, casinos, casinos-hotéis, enormes joalherias em que o brilho das peças em exposição competia em pé de igualdade com a luminosidade artificial do exterior.


O inigualável aroma no ar, assim como as luzes, acompanhavam os meus passos. Não era capaz de os distinguir. Uma experiência olfativa totalmente desconhecida para mim. Se a pudesse descrever, diria que se pudesse tratar uma mistura de ervas aromáticas, talvez gengibre... seria necessário tirar a dúvida e apelar a outro sentido que não o olfato.







 A herança portuguesa em Macau, vista de uma forme geral, e fruto de mais de quatro séculos de ocupação lusa, deixou marcas indeléveis e é patente em qualquer esquina do território, muito embora a tendência, infelizmente, seja o desaparecimento gradual da mesma. Desde os nomes das ruas, escritas em português e cantonense, à famosa calçada portuguesa presente na Praça do Leal Senado, passando ainda pela rica gastronomia macaense, resultado da fusão entre as cozinhas portuguesa e chinesa, tudo demonstra a perfeita sintonia alcançada entra duas culturas tao ricas mas simultaneamente tão distintas.



Praça do Leal Senado – ex libris da arquitetura portuguesa



A entrada num dos muitos casinos envolve qualquer visitante numa sumptuosidade de se arregalar os olhos. Não há pormenores deixados ao acaso. Desde os magnificientes candeeiros em cristal, às centenas de lojas de marcas de luxo, tudo reluz, tudo hipnotiza e enebria os sentidos.
Por mais criativa e pormenorizada que seja, qualquer tentativa de descrição do que é verdadeiramente sentir e viver Macau estará demasiado aquém da realidade. Uma realidade onde o Ocidente e o Oriente se cruzam e se completam nos mais variados aspectos, desde a arquitetura até à gastronomia, onde se percebe a grandiosidade da herança cultural deixada por Portugal, ainda que não devidamente valorizada pelas gentes locais – apenas 2,5% da população fala a língua de Camões -  e onde se entende a razão de Macau ser hoje em dia considerada a “Meca do Jogo” a nível mundial.

Casino Grand Lisboa inaugurado em 2007


















Exíguo território de apenas 29 km2, a Região Administrativa Especial de Macau, assim denominada após o fim da administração portuguesa e consequente “devolução” à China em 1999, é constituida pela península de Macau e por duas ilhas, Taipa e Coloane, hoje interligadas por uma faixa de terra que é possivelmente um dos locais mais prósperos do Mundo, a que se dá o nome de Cotai. É nesse local onde se poderá encontrar, entre outros, os internacionalmente conhecidos casinos Venetian, considerado um dos maiores edifícios do Mundo, o visualmente poderoso complexo Galaxy e ainda o exuberante City of Dreams. Em Novembro de 2014, mais seis casinos se encontram em construção em Macau, entre os quais o Lisboa Palace, inspirado no Palácio de Versalhes e que tem nomes como Karl Lagerfeld e Donatella Versace ligados ao seu futuro lançamento em 2017.



Galaxy Macau, localizado em Cota

 
Lisboa Palace – inauguração prevista para 2017
City of Dreams e o seu complexo de hotéis, incluindo o famoso Hard Rock Hotel


Vista aérea de Macau e uma das pontes de ligação à Taipa
 




Este ano, seis anos após o “primeiro olhar”, decidi que já estava cansado desta “relação” à distância e tomei a decisão que terá sido a mais importante e séria de toda a minha vida tanto a nível profissional como pessoal. Eu que nasci no Brasil, vivi a maior parte da vida em Portugal e há apenas quatro meses encarei o desafio asiático, como qualquer outra pessoa que decide sair da sua zona de conforto e procurar novos desafios de vida, sofro de uma certa ansiedade no que toca ao futuro. Será normal, digo eu. No entanto, e apesar das enormes diferenças existentes entre o mundo ocidental e a Ásia, atenuadas, neste caso em particular pela relativa proximidade cultural entre Portugal e Macau, sinto-me em casa.
A barreira linguística, que à partida poder-se-ia considerar um obstáculo de fundo para qualquer falante de português, é atenuada através de um domínio razoável da língua inglesa. Mas nem sempre. Do universo populacional de cerca de seiscentas mil pessoas, apenas uma pequena fasquia domina o português, na maior parte dos casos portugueses emigrados e macaenses, entendendendo-se “macaense” como um cidadão nascido em território de Macau, e portanto chinês, mas com ascendência portuguesa. Considerando que a outra língua oficial da RAEM (Região Administrativa Especial de Macau), para além da portuguesa, é o Cantonense (Macau se encontra localizado na província de Guandong ou Cantão), por vezes a comunicação torna-se difícil mesmo entre os próprios chineses, na medida em que, apesar de o dialeto ser falado por mais de setenta milhões de pessoas residentes em toda a província, tais como Hong Kong e Guangzhou, a grande maioria da população chinesa fala mandarim.
Muito embora a economia de Macau se centre basicamente no jogo, existe um claro impulso por parte do Governo para a diversificação, sendo que a ideia será transformar Macau num centro de eventos e congresos a nível mundial, assim como num polo académico de reputação  internacional. O novo campus da Universidade de Macau, com uma área de cerca de novecentos e quarenta e cinco mil metros quadrados, e onde atualmente frequento um curso de pós-graduação, é das maiores da Ásia e tende a tornar-se num centro académico de intercâmbio mundial de estudantes.

Novo campus da Universidade de Macau – 2014



Por todos os motivos expostos, nomeadamente a herança cultural portuguesa, a gastronomia, o facto de se tratar de uma região que atingiu um nível tão elevado de prosperidade que permitiu colocar-se na quarta posição dos países com maior PIB do mundo, entre outras razões que não conseguiria aqui resumir, considero Macau um destino obrigatório, não apenas para os que, assim como eu, são apaixonados pelo Oriente, mas para todas as pessoas que encaram um novo destino como uma forma de enriquecimento e evolução pessoal. Assim é Macau, a verdadeira experiência dos sentidos.

by Manuel Junior
all rights reserved by the author





domingo, 21 de dezembro de 2014

white yule in our hearts


Today is the Winter Solstice.

Winter solstice is an astronomical phenomenon which marks the shortest day and the longest night of the year. Winter solstice occurs for the Northern Hemisphere in December and for the Southern Hemisphere in June.

This year’s Winter Solstice falls on the day of the New Moon. These events happen just a couple of hours from each other on Sunday afternoon.


December may be marked by Christmas, Hanukkah and Kwanzaa, but for pagans it’s the time to celebrate Yule. The holiday marks the winter solstice in the Northern Hemisphere (Sunday, Dec. 21, this year) and celebrates the rebirth of the sun and beginning of winter. It is one of the oldest winter celebrations known.

The winter solstice is the longest night and shortest day of the year. The Earth’s axis tilts the furthest away from the sun at 23-and-a-half degrees, giving all locations north of the equator less than 12 hours of daylight. This moment has been marked by mankind for centuries.

In ancient Rome, the weeklong feast of Saturnalia honored the sun god Saturn. Celts believed the sun stood still for 12 days, making it necessary to light a log fire to conquer the darkness. During the Iron Age, the Celts and other ancient Europeans welcomed the winter solstice by feasting, merrymaking and sacrificing animals. Today modern pagans celebrate the holiday by lighting candles, throwing bonfires, hosting feasts and decorating their homes.

Celebrating the rebirth of the sun can be seen in other cultures throughout history. While these typically took place during the coldest, darkest days of the year, winter solstice traditions were celebrations that gave people hope sunny days lay ahead.
Egyptians celebrated the return of Ra, god of the sun, on a daily basis. Ancient Greeks held a similar festival called Lenaea. The Roman Empire held Saturnalia celebrations. Scandinavia's Norsemen called the holiday “Yule.”  Families would light Yule logs where they would eat until the log burned out – which could take up to 12 days. Each spark was believed to represent a new pig or calf that would be born in the new year.

Germanic peoples would celebrate the winter festival by honoring the pagan god Odin. Many believed he would fly through the night sky (on a magical flying horse) and determine who would be blessed or cursed in the coming year. Many decided to stay indoors, fearing Odin’s wrath.

Originally the Christian calendar focused on Easter. It was only in the fourth century that the church decided Jesus Christ’s birthday should be celebrated. Since the Bible did not point to an exact date when Christ was born, Pope Julius I chose Dec. 25. It’s commonly believed that the church chose the date in an effort to replace the Roman Saturnalia with the Christian holiday.

"As the Christmas celebration moved west," Harry Yeide, a professor of religion at George Washington University told National Geographic. "The date that had traditionally been used to celebrate the winter solstice became sort of available for conversion to the observance of Christmas. In the Western church, the December date became the date for Christmas."

Besides the date, Christian leaders found ways to relate the pagan holiday to the Christian one.

"This gave rise to an interesting play on words," Yeide said. "In several languages, not just in English, people have traditionally compared the rebirth of the sun with the birth of the son of God."

Christmas traditions including dinner feasts, gift-giving, and decorative wreaths can be traced back to winter solstice rituals. For instance, for the Celtic druids, mistletoe was a sacred plant  called “All Heal.” Priests would cut the plant from the tree, hold a feast and sacrifice animals underneath it. Mistletoe was believed to cure illnesses, serve as an anecdote for poisons, ensure fertility and protect against witchcraft. Some people would hang it from their doorways or rooms to offer goodwill to visitors.

Ancient Romans would decorate their homes with holly during winter solstice. Holly wreaths were given as gifts and used as decoration in public areas and in homes to honor the sun god Saturn. Ancient Celts would have similar traditions. Many would plant holly in their homes as a form of protection since the plants was believed to hold magical powers for its ability to survive the winter months.

For Wiccans and Druids, Yule is one of the eight solar holiday celebrated each year. Wiccans see Yule as a time to spend with friends and family, exchange gifts and honor the sun. Homes are decorated with red, green and white decorations – colors that hark back to Druidic traditions.
Some Wiccans welcome the new solar year with light. Rituals can include meditating in darkness with lit candles, singing pagan carols and lighting Yule logs (either in indoor fireplaces or outdoor bonfires).

Wiccan priestess Selena Fox suggests decorating an evergreen wreath with holiday herbs and mounting it on the front door to celebrate the continuity of life. Evergreen trees can be decorated as well with holiday decorations and pagan symbols. “Call it a Solstice tree,” Fox said in a blog post about winter solstice traditions.

Druids typically celebrate the holiday at Stonehenge in England. Last year 3,500 visitors watched the sun rise and watched how it cast a line that directly connects the altar stone, the slaughter stone and heel stone. Similar celebrations take place at other ancient sites such as Newgrange in Ireland and the Cerro del Gentil pyramid in Peru.




terça-feira, 11 de novembro de 2014

Entre Nós e as Palavras #tedxcoimbra2014

palavras noturnas faladas num dia de sol,
entre nós e as palavras, o nosso dever de falar.

O TEDxCoimbra 2014 aconteceu no sábado, dia 25 de Outubro, no auditório do ISCAC, sob o mote Entre Nós e As Palavras, com o poema de Mário Cesariny a servir de inspiração.
E assim foi.
Frederico Diniz, ao dirigir-se aos tedxer's na welcome word fez prever todo um dia em que as ideias iriam fluir pelas mentes dos presentes.
A performance Being Normal is Boring criou um ambiente hipnótico no auditório, e daí à primeira talk, passando pelas palavras de Manuel Castelo Branco, o objetivo estava traçado: um dia em que no final iriamos ver o Mundo de maneira diferente, porque as palavras só fazem sentido se nos conduzirem a uma ação, a uma consequência.
O TEDx e o TED vieram abanar o Mundo e o seu pensamento, e o TEDxCoimbra 2014 cumpre os seus objetivos enquanto evento organizado de forma independente do TED, como bem explicou Frederico Diniz.
Ao ouvir os oradores e performances, ficaram diversas ideias, sensações, emoções, palavras, ações e também consequências. Cada orador e cada performance preencheram longas linhas do meu pensamento, convertido em escrita. E se o ser humano é um ser de comunicação, porque guardar essas linhas e não partilhar com o Mundo?
Assim, ordenei o pensamento, as mensagens que a minha mente e o meu coração captaram, e coloquei-as aqui, de modo a levar mais longe a mensagem TEDxCoimbra: ousar, pensar, questionar, abanar preconceitos, evoluir.
Extremamente rico nas talks, é impossível resumir tudo num singelo texto, por isso, dividi por "capítulos" cada um referente a um orador ou a uma performance. 
Saltando de um pensamento para outro, ou seja, de uma talk para outra, atrevo a dizer que foi um exercício mental brilhante feito por todos os tedxer's ao longo do dia.

orador Domingos Silva, tema "entre nós e as palavras".

A Humanidade e a História fazem-se de mensagens e entre vários homens e mulheres ao longo de gerações, Jesus Cristo tinha uma mensagem, eram palavras, resumidas nos 10 mandamentos. O verso de Cesariny, que serve de mote a este TEDxCoimbra, é um equivoco, temos de fazer uma escolha, nós ou as palavras? E o que ele  quer dizer? à medida que as palavras foram aumentando, foi aumento a dificuldade de comunicação entre as pessoas. Quanto menos as pessoas têm escolaridade, ou seja, não usam muitas palavras, entendem-se melhor. Por exemplo, os pescadores entendem-se bem entre eles. A própria palavra tem uma elastecidade tão grande que abre portas à discussão e divergencia entre as pessoas, e devia ser ao contrario. Deviamos estudar o dicionário. pois o que é certo é que quanto mais palavras as pessoas usam nas suas comunicações, mais se desentendem. "voce viu o que disse?" "voce pensou o que disse?" por vezes acrescentamos imagens e ações às palavras que dizemos. A propria palavra tem uma identidade, uma personalidade da propria pessoa que a diz. O peso da ignorancia é dos maiores pesos que carregamos. Diariamente acrescentamos muita informação. 
Quanto mais aumentamos as palavras, mais aumenta a nossa ignorancia, mas isso é uma inevitabilidade.

orador Luisa Do Valle, tema "orientação nas cidades"

A oradora apresentou um programa que desenvolveu inovador e que nos ajuda a encontrarmo-nos quando nos perdemos, ou então, a não nos perdermo-nos.
Podemos perder tempo, a cabeça, podemos perder nos de um amigo no meio da multidão. Perder significa ficarmos desorientados. Por isso, para não nos perdemos temos de ter uma orientação, uma localização. Os vários humanos têm diversos tipos de sensores, desde radares, olfatos, que os orientam. 
E os humanos, como o fazem, no seu habitat, na sua cidade? Por exemplo, o turista usa um mapa, uma bussula, um gps. Mas mesmo assim, continuamo nos a perder. E porquê?
Gps, pontos de referencia, pessoas,mapa papel - são as linhas de referencia dos humanos.
E o que sentem os humanos quando se perderm? Frustação, medo, panico, confusão, desconforto, insegurança, ansiedade, tudo palavras de teor negativo. As pessoas perdem se involuntariamente. 
Fica a questão, com tanta tecnologia hoje em dia porque as pessoas se continuam a perder?
A oradora desenvolveu um programa que consiste num mapa que desenhou e que permite que os turistas no Porto nunca se perdem. É um mapa com imagens orientativas, é baseado num mapa digital com desenhos orientativos. O lançamento vai ser dentro de meses, na camara do Porto e chama-se city cos - que já se encontra registado nos direitos de autor. Vai funcionar como um mapa mental. Isto vai funcionar como um gps humano, um mapa mental, pois não vamos precisar dos outros aparelhos. A oradora explicou todo o processo de teste, em como este sistema foi testado em 1000 pessoas para saber se este mapa funciona. Não existe nenhum mapa assim no mundo inteiro.
Aqui fica uma inovação made in Portugal: City Cos - city orientation system todos os direitos reservados 2014 porto.

coffee break and networking

Oradora Maria Julieta, tema "tráfico de pessoas"

O tráfico de pessoas é talvez o mais desumano comportamento humano perante outros humanos. As pessoas são transformados em objeto de prazer, trabalho esforçado, campos baldios de orgãos. São vitimas e carrascos, vitimas e libertadores; ladrões de sonhos e a justiça nem sempre é ativa. 
De acordo com os dados 2 milhoes e meio de pessoas são traficadas, segundo as Nações Unidas. é fundamental que exista uma cooperação entre os estados membros das NU. 
Para existir tráfico exige uma forma de coação, ameaça, uso da força, ou de engano, de uma pessoa sobre outra com o objetivo da sua exploração. Em portugal a legislação vai já no 3º plano de combate ao trafico e em 2008 foi criado o observatório de trafico de pessoas e a legislação criada foi em 2007, com varias alterações que tem tido.
Todavia, a condenação de traficantes tem sido quase nula, apesar da existencia de legislação. Isto acontece porque? o trafico acontece devido a abusos de poder, falta de leis, falta de oportunidades na vida de pessoas, idolatria do dinheiro. O trafico de pessoas faz mais dinheiro do que o trafico da droga, porque enquanto a droga se esgota, vende se a mercadoria, as pessoas não se esgotam, Há cada vez mais. E como as multas aplicadas são muito baixas, a opção é cometer o crime e pagar as multas. A lei não define em concreto o que é o trafico de pessoas e isso abre portas à defesa dos traficantes. é preciso fazer prova do objetivo de exploração, e muitas vezes a pessoa traficada está num estado de muita fragilidade e por isso não consegue testemunhar ou queixar se do traficante.
Antigamente para emigrar não eram necessários grandes documentos, só a partir da decada de 90 é que começa a ser necessário varios documentos, inclusive o contrato de trabalho. 
Um problema atual é o facto de a riqueza circular de continente para continente, todavia, na mão de muitos poucos, enquanto que a mobilidade das pessoas é cada vez maior e as pessoas perante as dficuldades que têm nos seus países querem sair e movem se mais facilmente pelos continentes. Antigamente a exploração era de um povo sobre outro povo, atualmente, a exploração é individualizada, é sobre pessoas.
Fica a questão, que posso eu fazer?
Denunciar, apoiar as vitimas. é urgente restituir a vida a aquelas a quem foi roubada. ha a urgencia de dizer não ao tráfico de pessoas.

Orador Bruno Sena Martins, tema "versos de outros corpos,e se eu fosse cego?"

O orador tinha na sua mente para esta talk trazer uma ideia inovadora. Confrontou se com um fracasso e dois desafios. A  experiencia das pessoas cegas, as representações culturais na vida das pessoas cegas e perceber como se dá a reconstrução das vidas das pessoas que num acidente ficam paraplégicos. Outro trabalho é perceber como é a vida dos ex combatentes que ficaram deficientes após voltarem da guerra. O orador falou do exemplo do desastre de Bopal, India, 1984, pois foi outro trabalho da sua pesquisa profissional.
Quis trazer uma ideia inspiradora dos seus trabalhos para esta ted talk. Há uma ideia em que a sociedade produz uma exclusão as pessoas que têm deficiencias, naquilo que na inclusão das pessoas mais vulneráveis diz respeito. O desafio é que o orador faça da vida destas pessoas uma carreira,um estudo, ser emissário das suas vozes, ajuda las a voltar a reconstruir as suas vidas, em vez de fazer um filme, um documentário, escrever um livro.
Um outro desafio que o orador colocou, a titulo pessoal: como lido com experiencias tão distantes? tão fora do meu contexto? É tão diferente ter se a deficiencia aqui em Portugal e na India. Por muita proximidade que a gente tenha com alguem que tem uma deficiencia, nos nunca compreendemos mesmo porque so podemos imaginar, nós não a sofremos no nosso corpo. 
E isso acontece com a cegueira.  quando começou a trabalhar com cegos, percebeu que há preconceitos em relação aos cegos e que são pessoas iguais a todos nós. Vemos a cegueira como tragediae isso provoca comportamentos de preconceitos. O mundo da cegueira é um mundo sensorial muito rico, com muitas experiencias. A cegueira é como um lento entardecer de verão. A cegueira é um mundo feito de outros sentidos. mas a maioria das pessoas ve a cegueira como tragedia porque é o nosso corpo que o diz. Na impossibilidade de habitar o corpo de outra pessoa, nos ficamos refens das palavras. 
O desafio é tentar fugir aos constrangimentos das nossas culturas e temos de reinventar lugares de justiça social. Temos de ter tempo e coragem.

oradora Manu De La Roche, tema "a palavra de provocação: burlesco"

A oradora baseou a sua Ted Talk na teasing word: burlesco. Fazendo uma contextualização histórica sobre o burlesco  até às ideias pré-concebidas das pessoas. Estamos perante uma arte de striptease com teasing, ou seja, stripteasing. Na verdade, o burlesco é a evolução do striptease da industria do sexo. No seculo XV, XVI, na comedia de Delarte surgiu a palavra burlesco que queria dizer burlar, satirizavam. Satirizar é os acts dos burlescos. 
E essa sátira tem também um objetivo de divertir as pessoas.
A primeira burlesco do período vitoriano, foi Lydia Thompson and the British Blondes. 
O guarda roupa é muito importante no burlesco, o que Lydia fazia era o drag queen, tinham atos de canção, e pequenas performances teatrais, na época da rainha Vitória. Tendo depois idopara a América, onde foram muito famosas.
O burlesco clássico foi criado pelos americanos, inclui o strip, tirar roupa, mas não se fica nua, e foi inspirado na Lydia Thompson.
1910, 1020, foram os anos em que os americanos começaram então a fazer este tipo de burlesco. Surgiu então Josephine Baker e em Paris, no cabaret muito famoso, ela passou a ser a artista principal. Era chamada a de artista exótica, dançarina exótica, porque era negra. Atuou em portugal na época de Salazar.
Na américa temos Sally Rand, que em 1940 foi a criadora do numero com os leques. 
Lili St Cyr, que foi a criadora do numero da banheira e também Gypsy Rose Lee, que ficou famosa por entrar na industria de hollywood e tb ser comediante. Dixie Evans, era considerada a Marylin Monroe e fazia muitos espetaculos em Las Vegas. Tempest Storm, que ainda é viva, tem 80 anos, e ainda faz espetaculos. 
Dos anos 50 aos anos 90 houve um adormecimento do burlesco devido a pornografia que surgiu nessa altura e o burlesco deixou de ser frequentado.nessa época, mesmo assim salienta-se Fannie Annie em que participou em filmes de hollywood.
Entretanto surgiu o neoburlesco, sobretudo com Dirty Martini de Nova Iorque, cujo estilo é reviver o burlesco clássico. Catherine D'lish, com quem a oradora já fez uma formação, é conhecida por ter inventado vários acts, um deles o do copo de champanhe. 
Dita Von Teese, que criou o copo de martini, é um icones do burlesco, atualmente.
Em Portugal temos o primeiro grupo de burlesco com o Cais do Sodré Burlesco, Lisbon Underground Burlesque, Voix de Ville, Radio Royale, Miss Tea, Marcia Rocha, Bastet Cabeleira, Mad, Manu De La Roche, Boylesque - sendo Russel Brunner o mais conhecido.
A oradora terminou a sua Ted Talk com o visionamento do video fantástico de Dita Von Teese no copo de champanhe. 

orador Pedro Basilio, tema "a vida é uma academia"

Atleta paraolimpico, o orador esteve sempre ligado ao desporto, tem 44 anos, e faz triatlo. 
Uma talk que foi uma autêntica lição de vida.
Aos 26 anos teve um acidente de viação e perdeu a perna direita. Na altura, pareceu lhe que tinha terminado a vida. Aos 28 anos descobriu que conseguia andar com uma perna artificial e aos 30 anos ja corria no atletismo com a perna artificial. Aos 32 anos queria entrar em alta competição e ja era velho, dizia-lhe a sociedade!, mas como era teimoso, insistiu e começou a fazer triatlo. Em 2008 foi vice campeão da europa e em 2012 foi campeão na distancia longa. 
Como é que uma vida nos ajuda a ficarmos mais fortes? é na destruição, quando nos temos de erguer. O que hoje nos faz sofrer amanha vai nos fazer mais fortes. Para darmos valor à vida temos de ter dissabores e isso torna nos mais fortes. As coisas más não são para nos prejudicar mas sim para nos fazer superar os desafios. "faça da sua vida uma academia todos os dias vai ter desafios e de certeza que os vai superar."

bag lunch

no hall e parte exterior do iscac, pessoalmente a aproveitar um sol fantástico!!!

performance Baltazar Molina : Tempo

Esta performance foi realmente uma viagem pela musica oriental da Ásia sons que convidam a uma viagem pela India, a imaginarmo nos nos festivais hindus, as cores vibrantes das dançarinas, a magia dos faquires, os elefantes enfeitados. terra de contrastes, uma vezes calma e meditativa,outras eufórica. 
Apresentando ritmos oriundos da Siria utilizados nas cerimónias sufis. muito conhecida este tipo de musica na turquia e de várias geografias distintas, usando o som dos tambores, Baltazer Molina levou os Tedx'ers numa divagação mental para muito longe do auditório do ISCAC. Fascinante. Conquistou a plateia, encantou e em sons descreveu palavras das regiões que o inspiraram.
Verdadeiramente fabuloso, deixei-me enfeitiçar.
Aqui fica o site para quem quiser "viajar" www.baltazarmolina.com


orador Miguel Ruivo, tema "livro de esboços : para que serve?"

O processo criativo do orador é baseado em palavras, só que as converte em esboços, em desenhos. Para preparar a sua talk, o orador baseou-se na palavra vulnerabilidade. 
Desde cedo, o orador explicou que já em criança fazia muitos esboços pois como não tinha amigos para brincar, para se entreter, desenhava. Desenhava tudo o que lhe interessava. Desenhava imenso para passar o tempo nas aulas, quando estava no liceu e estava disciplinas que não gostava, era assim que passava o tempo. E este comportamento permitiu que no seu grupo de amigos ganhasse a sua identidade pelo desenho, por estar sempre a fazer esboços. Na universidade já foi para a escola de artes de coimbra e atualmente usa o desenho não para se entreter mas sim para refletir o mundo exterior.
A imaginação é uma maquina muito potente mas é preciso combustivel para o criador não se tornar repetitivo. O seu livro de esboços serve para explorar o mundo e faz parte da sua identidade, contudo o desenho implica escolhas pois desdobra-se em varias escolhas, cores, material e por isso não nos devemos estagnar, mas sim sempre evoluir.  
Para o orador o livro de esboços é uma manifestação fisica da paixão que tem pelo desenho.
O seu livro de esboços leva-o a sair de casa e explorar o mundo e a partilhar a realidade com os outros.

orador Fernando Carlos, tema "a arte como instrumento da liberdade"

O orador levou-nos numa viagem entre as palavras e a pintura. O orador comunica as suas palavras através da arte, seja no papel na tela na roupa no muro, tento fazer poesia. Importa a expressão, olhar, renovar e transformar. 
A sua arte não precisa de materiais de luxo, pelo contrário, utiliza muitos materiais para fazer reciclagem para fazer a sua pintura, seja por razões economicas, seja pelo conceito. Pinta sobre revistas e postais e flyers, um conceito que considero de vanguarda. 
O orador define-se como um poeta que desenha. transforma a sua poesia em pinturas. Na sua talk transmitiu uma ideia sábia, a liberdade tem um caminho que tem a haver com a consciencia. É necessário fomentar a discussão. Não podemos esquecer que a arte serve para nos alimentar, ou seja, a arte tem de por em causa, questionar, provocar a discussão. é óbvio que as vanguardas incomodam, são motivadoras de mudança de mentalidades. Mas numa sociedade livre a arte tem de caminhar sem necessidade que lhe digam qual o caminho. 
A arte livre é uma arte consciente.

orador Paulo Mira Coelho, tema "é nosso dever falar ao longo da muralha que habitamos"

Nem todos conseguem ser transformadores, porque nem sempre conseguimos deixar de ser aquilo que somos e sermos aquilo que a sociedade quer de nós, mas devemos tentar. Não caminhamos para o futuro, o futuro é que caminha para nós, pois o tempo só corre no presente, nunca no passado e jamais no futuro. 
E uma questão que se coloca, fulcral, é a de que, se amamos tanto os nossos filhos, porque estamos a deixar o nosso planeta sem solução? É preciso que os nossos erros façam parte do passado e nos ajudem no nosso caminho para construirmos o futuro. Os holocaustos foram e são criados pela mão humana. não há aqui nenhum ateísmo radical.
O orador refere que o poder das escolhas implica uma luta interior e por isso somos uma entidade e uma identidade. Tudo em nos faz parte de uma totalidade integrada. O livro arbitrio é sempre uma escolha entre o bem e o mal, mas deve ser sempre pela luz que faz avançar a Humanidade. E isso revela como podemos mudar o universo e nós mesmos. E por isso existe a morte, para podermos retomar o caminho e voltar a ter escolhas. 
O Homem é a síntese do universo inteiro, é a síntese de todos os mitos, só aproveita esse conhecimento quem quer. 
Uma mensagem importante, que ficou nos meus apontamentos, no dia da morte, seremos apenas diferentes, mas não inexistentes. Tudo é energia, todos somos energia. a morte não é o fim, nós somos o admirável mundo do futuro. 
Fica a questão, (erro de Deus) como colocar o Homem em sintonia com a sua origem? 

oradora Catarina Isabel Martins, tema "o espaço Entre"

Professora de humanidades na faculdade de letras na Universidade de Coimbra, falou-nos de como a cultura fala de diversas formas, por exemplo, um ato de vandalismo pode ser um ato de cultura, pois na sua óptica, a cultura são manifestações e é preciso estudar o que está por detrás dessas manifestações. 
A oradora deu o exemplo, em Coimbra, só os homens só podem cantar o fado. A mulher é a musa, mas o unico que canta é o homem. Este comportamento/tradição é uma manifestação de cultura que tem o seu significado.
O espaço Entre é aquele em que pode haver uma manifestação de cultura mesmo num ato de vandalismo. os estudos culturais o que fazem é entender a liberdade, é procurar libertar conceitos.

coffee break and networking

novamente o fabuloso sol no átrio do ISCAC, simplesmente brilhante!

Manuel João Vieira : o que eu que para aqui a fazer?

O orador, conquistando a plateia com boa disposição e espalhando ousadia pela plateia, falou do seu projecto "orgasmo carlos", em que tem a haver com uma identidade, não tem objetivos económicos.
Pretende ser uma forma de mensagem, de transmitir palavras e ideias.
Falou também da personagem "o candidato Vieira" que vai buscar quer ao absurdo quer à retórica politica, no sentido de abalar o modo de fazer política mais conservador, para abalar e através da ironia causar discussão e debate.
Cartazes, internet, coloquios, espetaculos, prime time da tv, foi tudo utilizado neste projecto e ja tem um financiador anonimo para apoiar o candidato Vieira nas próximas eleições. 
O candidato Vieira é uma tentativa de destruir a construção politica existente, não está associado a nenhuma ideologia. É agitar as águas, as mentalidades.


orador Ernesto Costa : Da matéria à imaginação 

O orador exerce a sua atividade no departamento de engenharia informática da Universidade de Coimbra, abordando na sua talk o tema da inteligência artificial.
Posso dizer que só pelo tema, algo que para mim é fabuloso e pelo qual me interesso bastante, foi a talk que eu gostaria que tivesse durado horas inteiras!
"A unica forma de pensar, isto é, de avançar, é ser impreciso, inexato, em relação ao pensado". Gonçalo M. Tavares
A ciência é a nossa história. Materia, vida e mente/social são os 3 aspetos da História. Na Humanidade temos 3 momentos de ruptura epistemologica: 1 - Copérnico, que diz que a Terra não é o centro do universo; 2 - Darwin diz que todos os humanos e os animais têm a mesma origem e em 3 foi Freud que disse que não há apenas um só eu mas cada pessoa tem mais eus. Devido a estes fatores há tanta relutancia quanto a abdicar da inteligencia humana, a unica coisa ainda dos humanos, algo que é seu factor diferenciador dos restantes seres vivos ( apesar da minha relutância nesse sentido, poderemos debater sim quais são os padrões normais de inteligência? quem os definiu, o Homem? sou bastante critica, controversa e polémica quanto a isso). 
A questão que se coloca, que a Humanidade coloca é, poderão as máquinas derrotar a inteligência humana?
O orador demonstrou o teste de turing com os Tedx'ers, um momento muito interessante.
Hoje em dia sabemos que ha uma grande transversalidade entre as várias áreas da vida e por isso coloca-se a questão "podem as máquinas evoluir?"
 Tal como na parte final de "Blade Runner", ( brilhante excerto do filme que o orador trouxe para a sua talk) a grande questão é saber o que é a consciência?
Somos máquinas, sim, mas imperfeitas.

oradora Susana Paiva, tema "nesse território de penumbra (vivo entre palavra e imagem)"

Nós somos muito formatados para aprender em palavras. E, hoje em dia, com o acesso às tecnologias, ser-se fotografo é muito mais do que andar com equipamento fotografico, pois se o conceito fosse esse, todos nós seriamos considerados fotografos. Mas ser se fotografo tem também, e essencialmente, a haver com a capacidade de escrita através da imagem. Uma mensagem profunda e atual.
A oradora considera-se uma leitora do mundo, é o que faz da sua atividade de fotografa. Não há coisas inspiradoras, na sua opinião, o que ha é a disponibilidade, sensibilidade de cada pessoa se deixar inspirar. Como fotografa tem de conseguir comunicar com os varios publicos com que comunica atraves das imagens. A sua profissão consiste em ter capacidade de imaginação e transformar isso em imagens, é uma imaginadora profissional.Um conceito de fotografo que simplesmente adorei.

orador: Gonçalo Castelo Branco, tema "só sei que nada sei"

Gonçalo Castelo Branco, investigador em Estocolmo, Suécia, no campo da ciência básica mas também estuda ciencia aplicada, nomeadamente nas células ligadas às doenças degenarativas do cérebro. The developing brain. Um tema delicioso de ouvir falar, explorar, debater, certamente seriam necessárias horas sem fim.
Desde a descoberta do DNA, modelo de estrutura por Watson & Crick, imagem projetada para os Tedx'ers verem, de Antony Barrington-Brown, datada de 1953, até ao presente, sabemos que hoje em dia muitas doenças são originadas nas mutações do DNA.
O speaker explicou o sistema CRISPR. Os virus não infectam apenas os humanos mas também as batérias. Em laboratório ja foi provado conseguir se que a batéria consegue cortar o DNA do virus e travar a evolução do virus.
Numa talk muito interessante, o speaker continuou explicando que o cérebro funciona através de impulsos eletricos, sendo que as celulas nervosas têm uma camada isolante e o saber porque estas celulas deixam de ter capacidade de produzir esta camada isolante é o que o laboratorio do orador estuda. 
Existe imensa coisa que não sabemos e que investigamos apenas por curiosidade, e daqui a uns anos descobre a própria Humanidade entende a utilidade dessa mesma descoberta.

orador/performance: Paulo Bastos "tradição na globalização"

Uma autentica viagem, através da musica, pelos vários locais do Mundo mas sempre misturadas com instrumentos e sons portugueses. Um conceito da musica cativante: fechar os olhos e imaginar a viagem. 
Ao ouvirmos musica oriunda da macedónia, musica tradicional cigana, cantada em portugues, apercebemo-nos da importancia da globalização nas tradições e neste caso em concreto, nas musicas, pois podemos ir buscar inspiração a varias culturas do Mundo e fazer misturas.
A principal mensagem do speaker é realmente de que a tradição é uma porta do passado. O filtro da tradição faz com que das obras seja retirado, ao longo do tempo, o que é superfluo e ficar apenas o que as pessoas vão fixando e isso é que é passado e lembrado.
A tradição só faz sentido se servir de inspiração nas coisas que fazemos na nossa vida.
Closing word by Frederico Diniz.

Paula Vaz Franco
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