sábado, 22 de junho de 2013

Consciência Cientifica || TEDxCoimbra2013

Tertulia TEDxCoimbra  || Educação para a Ciência || IEC Mamarrosa
25.05.2013


Vale a pena fazer coisas.

Vale a pena sair de casa e em conjunto com outros cidadãos conversar, ouvir, observar, analisar a cidadania em diversos quadrantes da vida humana.

Nós, humanos, somos responsáveis como as diversas áreas da nossa vida (ciência, filosofia, artes, religião, línguas, história) atuam sobre o Meio Ambiente e o vão moldando e transformando.

Se, há primeira vista, a cidadania será um conjunto de deveres e direitos numa vida em comunidade com o objetivo de uma qualidade de vida para todos; o que é verdade é que muito mais, pois como conceito dinâmico em permanente evolução, a cidadania coloca-se em diversos setores.

O mundo cientifico não é exceção. O modo como se deve exercer cidadania cientifica coloca-nos a questão pertinente “como tornar a cultura cientifica um bem comum?”

Existe uma necessidade cada vez mais emergente, de divulgar a ciência para explicar os avanços do saber humano e isso terá extrema relevância em termos de cultura geral.

E a evolução do conceito de cidadania cientifica só acontece quando os jovens se sentirem fascinados com este mundo e se tornarem bioempreendedores.

A ciência, e eu que não sou uma pessoa de ciências, muito pelo contrário, dá-nos uma das várias formas com que interpretamos a realidade. Descodificar o Humano, a Vida, a própria realidade, não se pode resumir só à filosofia, ou à religião, ou às artes, ou à ciência. Hipóteses, lógicas, experiências, sensações, intuições, factos visíveis, crenças, tudo são modos fundamentais para uma completa interpretação do Mundo.

Arriscaria dizer que a ciência, tal como os outros modos, desenvolve-se pela pressão da sociedade em obter respostas, e não pela curiosidade pura e simples.

É o constante inconformismo humano que nos conduz a ter de saber tudo e ter solução para provoca que provoca as brilhantes descobertas cientificas que, por sua vez, desencadeiam profundos impactos na sociedade.

E saber como as coisas funcionam dá poder à pessoa. E, por isso, podemos afirmar, para depois questionar, porque o conhecimento não é, ou não pode ser, para todos.

Será bom e útil para o bom funcionamento da sociedade, o conhecimento cientifico não ser de livre acesso a todos os cidadãos?

Eu que me considero liberal, tolerante, apologista da liberdade de informação e pensamento, uma assumida viciada em conhecimento, coloco algumas questões.

Acredito que conhecimento é poder. Mas existe conhecimento e conhecimento. E existe poder e poder. E o equilíbrio é fundamental. É preciso saber entender o conhecimento que se tem e saber geri-lo no sentido do pleno respeito pelos seres vivos e pelo planeta.

Enquanto a ciência for entendida como instrumento de consciencialização humana, será uma atividade democrática e a sua evolução irá no sentido do pleno desenvolvimento de uma cidadania cientifica.

Esta tertúlia TEDxCoimbra conquistou-me pelo brilhantismo do seu conteúdo. Eu, uma pessoa não-cientifica (tirando o meu fascínio pelo espaço e o que tem para revelar) que sempre viu na ciência uma atividade prática de melhoria de qualidade de vida, alarguei os meus horizontes e reforcei a minha ideia de que a ciência é feita para o Homem, por causa dele e para ele.

Aliás, tudo na vida assim deve ser: o limite instransponível, o respeito pela Vida.

E é na senda deste conceito absoluto que, ousando e apelando à curiosidade, o TEDxCoimbra provoca o despertar de consciências.

E não é esta a Era do Despertar?

Em Outubro será o grande momento.


Paula Franco