terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Dragões em Monsanto - impacto e importância

 A série A Casa do Dragão, cujo enredo se situa em Westeros, cerca de 200 anos antes da famosa Guerra dos Tronos, teve como cenários localidades na Inglaterra, tais como Cornwall, Surrey and Derbyshire, em Espanha tais como Cáceres e Trujillo e também na aldeia histórica de Monsanto e no castelo de Penha Garcia, em Portugal.

Se calhar muitos portugueses não viram a série ou sequer sabem deste pormenor ou até não lhe dão o devido valor. E isso é de lamentar. Todas as situações mas sobretudo a última. O não saber reconhecer o valor de uma grande produção ser filmada em solo português é não perceber o valor económico e de prestígio associado a um evento destes.

Na verdade, quando uma grande produção escolhe a localização dos seus cenários, ou seja, das suas filmagens em locais, tem em consideração diversos fatores. Paisagens, clima, hospitalidade, logística, capacidade organizativa do país, entre outros.

Neste caso, terem escolhido para a filmagem de algumas cenas o nosso país, significa que reconheceram a beleza das paisagens e também que seriam bem recebidos e bem apoiados naquilo que precisassem. É realmente um excelente cartão de visita de Portugal valendo mais do que muitos vídeos promocionais que se possam fazer.

Não esquecer que atrás desta vinda, os fãs da série que têm tendência a visitar os locais onde se passam as histórias dos Targaryen e Velaryon, também irão visitar Monsanto e, muito certamente, mais localidades do país.

Turistas significa a economia mexer, significa mais turistas pois se os de hoje forem bem recebidos, irão divulgar o país a amigos, familiares, nas suas redes sociais, nos seus vlogs, nas suas plataformas, sejam físicas sejam digitais.

É sempre uma honra quando vemos um filme, uma série e, na ficha técnica da obra aparece as localidades onde decorreram as filmagens e vemos o nome do nosso país! Assim como sentimos um apelo maior para ver o filme/série pois vamos reconhecer as paisagens e isso cria uma ligação entre nós, público, e as personagens e a história.

Esperemos que voltem a Portugal para filmar as temporadas seguintes e assim a história das casas de Targaryen e Velaryon terem também um pouco da alma portuguesa e assim Portugal ficar a fazer também parte desta série e do seu universo.


Paula Cristina Franco

reservados os direitos de autor 













terça-feira, 2 de agosto de 2022

A moda, como ato de auto - expressão de uma pessoa, deve ser pensada para todos

A coleção de Tommy Hilfiger, a TOMMY ADAPTIVE é a prova de que a moda é para todos, sejam quais forem as limitações físicas ou cognitivas. 

O modo como nos vestimos, como escolhemos vestir para nos apresentarmos ao mundo deve ser o reflexo da nossa personalidade, daquilo que gostamos, da nossa filosofia de vida. Posto isto, todos temos o direito a esta auto - expressão que, como provém do nosso intelecto, é uma criação original, mesmo sendo inspirada em pessoas, lugares, personagens, culturas. 

É uma forma de nos expressarmos que deve ser acessível a todos. Para isso, há que ter lojas e roupas adaptadas para quem tem de viver com limitações motoras ou cognitivas.

Assim como é tempo de repensar a arquitetura e o design das lojas, não apenas o seu acesso mas dentro da própria loja - possibilidade de circular de cadeira de rodas dentro de uma loja, por exemplo, prateleiras mais baixas, os itens colocados de forma mais prática para serem pegados e experimentados. Os provadores não têm condições para muitas pessoas com limitações motoras, é outra questão.

O estilista norte-americano, pai de filhos autistas, percebeu que o mundo da moda estava a esquecer-se de biliões de pessoas que tinham de usar as mesmas roupas com as mesmas funcionalidades que as pessoas sem limitações. Surgiu então em 2020 o conceito da Tommy Adaptive.

"Cada peça tem a mesma qualidade, o mesmo tecido e o mesmo design básico que oferecemos nas outras coleções. As adaptações são discretas, com modificações realmente funcionais que facilitam o ato de vestir e permitem que crianças e adultos com deficiências tenham independência e se sintam bem consigo mesmos.", explicou o designer.

A verdadeira inclusão acontece quando pensamos nestes detalhes que fazem a diferença na vida das pessoas e não em tratar todos por igual. 

Aqui fica o link da coleção para todos nós descobrirmos mais sobre este conceito verdadeiramente humano - moda funcionalmente adaptada Tommy Adaptive Collection


Paula Franco

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terça-feira, 4 de janeiro de 2022

breve reflexão - travel bubble agreements

Numa era em que é urgente regressar à maior normalidade possível mas ainda se tem de enfrentar uma pandemia, o direito internacional irá ter um papel muito importante e determinante. 

Entre diversos temas e áreas das nossas vidas, um dos maiores desafios é a circulação de pessoas, seja em turismo, trabalho, motivos familiares, motivos de saúde ou de estudo. 

Não é possível continuar à espera de melhores dias, que tudo passe, que tudo volte ao normal, que por magia toda a pandemia desapareça e possamos seguir com os nossos sonhos, projetos, objetivos e apenas esquecer estes dois últimos anos. Tal não vai acontecer. Por isso não vale a pena ficar à espera do amanhã.

Assim, a sociedade, os indivíduos, precisam, (têm!) de se reinventar para seguir em frente e criar novas realidades. Quem sabe, melhores, é uma incógnita e também algo muito subjetivo! Mas, certamente, diferentes.

Imbuídos deste espírito de evolução (ou talvez, simplesmente, do despertar para uma nova realidade efetiva), os governos, agentes de direito internacional, optam por soluções que, se por um lado, pretendem isso mesmo, ser soluções, por outro, abrem precedentes que podem levar a "círculos" restritos quer de relações de comércio, quer de política, pois na sociedade internacional, diplomacia, política, comércio, direito, embora diferentes, são conceitos que se cruzam diversas vezes.

Os travel bubble agreements - acordos entre países de circulação tipo "bolha de segurança" vão ser uma realidade. Resta-nos ver quem vai celebrar com quem e o que vai acontecer a quem ficar de fora destes "corredores turísticos". 

Queremos voltar a circular, as empresas querem continuar as suas atividades, os governos querem que a economia cresça, todos queremos o mesmo: arranjar aqui uma forma de voltar a ser e a fazer o que anteriormente fazíamos, sem qualquer receio ou preocupação, pelo menos, exagerados. 

Estes acordos, embora possam soar a elitismo, podem ser a única solução possível num futuro próximo, até a população mundial se encontrar vacinada de modo equilibrado (e não apenas algumas nações, como temos visto). 

Essa não é a questão. O debate é o que tal vai provocar, ou que precedentes vai abrir - por exemplo, quem quiser visitar um destino, um país, que não tenha celebrado nenhum destes acordos com nenhum outro país? As companhias áreas não irão voar para destinos sem acordos? Os estrangeiros não poderão entrar nesses países? Não estarão protegidos? Ou seja, estão por sua conta e risco? 

Os acordos internacionais existem para estreitar laços entre nações, para criar mais facilidade de comunicação, de comércio, de circulação - é essa a essência dos mesmos. Significa que, quem não tem nenhum acordo, está fora desta relação externa privilegiada. 

Será que com estes travel bubble agreements do covid-19 estaremos a ditar o destino de algumas nações a ficarem de fora da possibilidade de receberem pessoas de outras nacionalidades, seja em turismo, seja em trabalho ou estudo? A Índia já tem acordos com alguns países. Em breve, será uma prática da sociedade internacional frequente e comum. Aguardemos pelos efeitos práticos.

Paula Franco
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