sábado, 16 de janeiro de 2021

O Mundo Que Encontrámos

O mundo que encontrámos depois da meia-noite não é um mundo diferente do que vivemos o ano passado, apenas lhe acrescentámos uma boa dose de esperança e mais uns sonhos para conquistar. 

De resto, somos os mesmos, os lugares são os mesmos, as circunstâncias as mesmas. 

É verdade que se muda do dia para a noite, de um minuto para o outro, sim, isso acontece ao longo da nossa vida. Mas essas mudanças são espontâneas, nunca são as programadas. As mudanças que começam na nossa consciência com "amanhã vou mudar" ou "agora vou mudar", nunca ocorrem verdadeiramente. No entanto, aquelas que nem nos apercebemos, ficam e conduzem-nos a novos comportamentos e pensamentos, quase que inconscientemente.

Assim, vamos lidando com o novo ano com espetativa de ver o que vai acontecer, como vai acontecer, como vamos ser e atuar; em vez de traçar um plano de "agora é que vai ser".
Se algo o ano passado nos ensinou, é que os gigantes também tombam, é que o destino não é assim tão controlável nem por escrever. Um pequeno abalo e tudo o que damos por certo, por rotina, por "vai ser assim", desvanece e perturba-nos. 

Muito provavelmente o Homem primitivo lidava melhor com as crises inesperadas do que o sábio Homem moderno, pois sabia que a qualquer momento o seu estilo de vida mudava radicalmente e estaria na luta pela sobrevivência.

Muito provavelmente, deveríamos procurar dentro de nós esse instinto primitivo de sobrevivência e adaptarmo-nos para sobreviver e continuar a desbravar caminhos por percorrer.

Há milhares de anos, o Homem não tinha tempo para dramatismos. Tinha de aceitar os factos e procurar ultrapassar os obstáculos. Hoje em dia, andamos a perder demasiado tempo precioso com factos consumados em vez de procurar na adaptabilidade e criatividade as nossas mais valias para sobreviver e reconquistar o destino que queremos.

Paula Franco
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