segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Nos confins mais remotos e perdidos da História da Humanidade

O passado não é algo dado e fechado, está continuamente em mudança pois tudo depende de como o lembramos, ou seja, a nossa perceção de como ver, analisar e entender factos passados, vai mudando com o evoluir da nossa mentalidade e isso altera inevitavelmente como voltamos a percecionar factos já ocorridos.


Tal como a vida, o passado é também dinâmico, evolutivo.

Isto conduz-nos a uma conclusão: o passado pode e tem diversos pontos de vista que variam consoante a nossa mentalidade no momento.

E seguir o caminho dos antigos a que o passado nos conduz, exige vontade em embrenhar-se nos confins mais remotos e perdidos da História da Humanidade.

Podemos nunca mais de lá voltar.

É uma viagem pessoal e coletiva aos confins perdidos e sombrios da mente de nós próprios enquanto Humanidade, noutro tempo, noutra era.

Exige de nós uma grande abertura de pensamento e de entendimento. O não julgar os Homens e as Mulheres do passado é uma tarefa difícil porque o ser humano é um ser emotivo por natureza.

Os exercícios racionais a que nos sujeitamos e nos massacramos, na crença de que evolução é racionalidade, são logo afastados em situações em que experimentamos eventos que abalam as nossas convicções.

Há e sempre haverá um punhado dos que são racionais, fugindo a esta caraterística humana intrínseca em cada um de nós: reação emotiva a fortes eventos.

Todavia, o mundo, no geral, avalia e reavalia o passado de modo emotivo, condenando ou absolvendo eventos emocionalmente. 
Esta viagem profunda por caminhos e ruelas do passado não nos deve fazer perder o presente ou sequer esquecer o futuro.

Um dia o presente e o futuro serão passados a serem analisados e avaliados por outros que virão depois de nós e que o irão fazer também emocionalmente. E podem não concordar com as nossas escolhas. E seremos julgados por isso.

Não há nada de mal em usar parte do nosso tempo a re-analisar o passado. Não é tempo desperdiçado, é sim tempo recuperado que irá ser projetado no futuro.

Não podemos avançar sem termos compreendido o que ficou para trás.

Cada vez mais a Humanidade, em prol de preparar um futuro conscientemente melhor para o Planeta, deve voltar a debruçar-se sobre acontecimentos da História pois se atualmente continuamos a cometer erros anteriormente cometidos, é porque não fizemos uma boa análise e interpretação e consequentemente, com ele (passado) nada aprendemos o que significa dizer, que não evoluímos.

E sem evolução, o futuro não acontece.

P.C. Franco