Gestão florestal para a água
A conversão de povoamentos florestais com espécies de crescimento lento para povoamentos com resinosas diminui a disponibilidade de água superficial, tal como demonstra a análise de alguns dos mais completos e extensos registos de dados nos EUA.
Os dados de escoamento de água a longo prazo da Forest Service Experimental Forest, uma estação de investigação norte-americana, permitiu analisar as interacções com factores como as variações das condições climáticas, a gestão florestal ou os caudais dos cursos de água.
Os serviços florestais dos EUA têm nesta estação um dos mais extensos registos de dados climáticos e hidrológicos. Os investigadores cruzaram, por exemplo, dados de precipitação e escoamento com diferentes práticas de gestão florestal implementadas a longo prazo.
Nesta região, os padrões de precipitação têm-se alterado significativamente desde os anos 80, sendo cada vez mais extremos, com anos extremamente secos e anos extremamente húmidos, acompanhados de um aumento generalizado da temperatura. Este tipo de alterações nos padrões climáticos e comportamentos hidrológicos resultantes nos espaços florestais têm fortes implicações para a gestão florestal e para as tomadas dedecisão dos gestores florestais.
Os resultados deste trabalho demonstram que as diferentes práticas de gestão florestal levam a diferentes respostas de escoamentos nas florestas e a diferentes respostas da vegetação a anos muito secos ou a anos muito húmidos. O resultado de maior realce e com maior impacto refere-se às zonas onde as opções de gestão foram mais drásticas e levaram à substituição dos povoamentos de espécies de crescimento lento por pinheiros. Nestes casos, as reduções dos caudais dos cursos de água foram significativos, o que é em parte explicado pelo facto dos pinheiros manterem a evapotranspiração ao longo do ano por preservarem as suas agulhas, ao contrário das espécies caducas e de crescimento lento que perdem as folhas nas estações frias.
Fonte: ScienceDaily