Tertulia TEDxCoimbra || Educação para a Ciência || IEC Mamarrosa
25.05.2013
Vale a pena fazer coisas.
Vale a pena sair de casa e em conjunto com outros cidadãos
conversar, ouvir, observar, analisar a cidadania em diversos quadrantes da vida
humana.
Nós, humanos, somos responsáveis como as diversas áreas da
nossa vida (ciência, filosofia, artes, religião, línguas, história) atuam sobre
o Meio Ambiente e o vão moldando e transformando.
Se, há primeira vista, a cidadania será um conjunto de
deveres e direitos numa vida em comunidade com o objetivo de uma qualidade de
vida para todos; o que é verdade é que muito mais, pois como conceito dinâmico
em permanente evolução, a cidadania coloca-se em diversos setores.
O mundo cientifico não é exceção. O modo como se deve
exercer cidadania cientifica coloca-nos a questão pertinente “como tornar a
cultura cientifica um bem comum?”
Existe uma necessidade cada vez mais emergente, de divulgar
a ciência para explicar os avanços do saber humano e isso terá extrema
relevância em termos de cultura geral.
E a evolução do conceito de cidadania cientifica só acontece
quando os jovens se sentirem fascinados com este mundo e se tornarem
bioempreendedores.
A ciência, e eu que não sou uma pessoa de ciências, muito pelo
contrário, dá-nos uma das várias formas com que interpretamos a realidade.
Descodificar o Humano, a Vida, a própria realidade, não se pode resumir só à
filosofia, ou à religião, ou às artes, ou à ciência. Hipóteses, lógicas,
experiências, sensações, intuições, factos visíveis, crenças, tudo são modos
fundamentais para uma completa interpretação do Mundo.
Arriscaria dizer que a ciência, tal como os outros modos,
desenvolve-se pela pressão da sociedade em obter respostas, e não pela
curiosidade pura e simples.
É o constante inconformismo humano que nos conduz a ter de
saber tudo e ter solução para provoca que provoca as brilhantes descobertas
cientificas que, por sua vez, desencadeiam profundos impactos na sociedade.
E saber como as coisas funcionam dá poder à pessoa. E, por
isso, podemos afirmar, para depois questionar, porque o conhecimento não é, ou
não pode ser, para todos.
Será bom e útil para o bom funcionamento da sociedade, o
conhecimento cientifico não ser de livre acesso a todos os cidadãos?
Eu que me considero liberal, tolerante, apologista da
liberdade de informação e pensamento, uma assumida viciada em conhecimento,
coloco algumas questões.
Acredito que conhecimento é poder. Mas existe conhecimento e
conhecimento. E existe poder e poder. E o equilíbrio é fundamental. É preciso
saber entender o conhecimento que se tem e saber geri-lo no sentido do pleno
respeito pelos seres vivos e pelo planeta.
Enquanto a ciência for entendida como instrumento de
consciencialização humana, será uma atividade democrática e a sua evolução irá
no sentido do pleno desenvolvimento de uma cidadania cientifica.
Esta tertúlia TEDxCoimbra conquistou-me pelo brilhantismo do
seu conteúdo. Eu, uma pessoa não-cientifica (tirando o meu fascínio pelo espaço
e o que tem para revelar) que sempre viu na ciência uma atividade prática de
melhoria de qualidade de vida, alarguei os meus horizontes e reforcei a minha
ideia de que a ciência é feita para o Homem, por causa dele e para ele.
Aliás, tudo na vida assim deve ser: o limite instransponível,
o respeito pela Vida.
E é na senda deste conceito absoluto que, ousando e apelando
à curiosidade, o TEDxCoimbra provoca o despertar de consciências.
E não é esta a Era do Despertar?
Em Outubro será o grande momento.
Paula Franco