"Mas Goethe era pesado e os poetas estavam bêbados. Chegados à antecâmara largaram-no, e Goethe lamentou-se e exclamou: «Meus amigos, deixem-me morrer aqui!»"
Milan Kundera in O Livro do Riso e do Esquecimento
As folhas que tombaram nessa noite de vento estavam agora espalhadas pelo chão, em desordem, sem qualquer harmonia.
O escuro da noite faz tudo parecer menos perturbante, o que não se vê nunca a preocupou.
A noite protege-a dos demónios pois consegue vê-los.
A luz do dia esconde-os e ela não sabe que caminho percorrer para os evitar.
Era tempo de deixar o mundo por uns tempos e ir à procura daquilo que a que se chamam respostas.
Durante o caminho ela percebeu que mais não ia encontrar do que perguntas novas que faziam com que as respostas que ela procurava não tivessem mais sentido.
"Podes sempre ficar com a especulação das respostas que estavas à espera de encontrar e não te preocupares com mais perguntas que certamente não irás ter respostas", disse-lhe ele.
Mas ela já sabia que só pensava nas novas perguntas e onde elas a iriam levar.
Ainda não tinha decidido quando voltaria ao mundo, tinha tanto para fazer primeiro.
(uma mais longa história que continua)