De tempos a tempos, a sétima arte revela-nos uma obra prima e este ano ficará para a História com Joker: uma inesquecível viagem ao interior da sociedade que pode ser cruel pois enquanto vaticina a destruição de uma pessoa, também promove a criação de uma nova.
Mostra-nos as nossas falhas enquanto humanos e enquanto coletividade.
Num único pensamento, Joker faz-nos pensar que as nossas ações e as nossas omissões têm consequências irreparáveis.
Aliado à nossa viagem juntamos uma interpretação perfeita e irrepreensível de um dos mais enigmáticos atores e homens contemporâneos, Joaquin Phoenix.
A par com Phoenix, temos a sublime banda sonora criada por Hildur Guðnadóttir, a cinematografia de Lawrence Sher e obviamente a história escrita de propósito para Phoenix, por Todd Phillips e Scott Silver combinada com a visão brilhante de Phillips enquanto diretor de Joker.
A fronteira que separa o humanismo que Arthur Fleck tem e a sua agressividade perante uma parte da sociedade que o abandona é a luta que travamos diariamente dentro de nós.
Que sejam mais os dias e as noites em que nos mantemos sãos e menos aqueles em que sucumbimos.
P.C. Franco