TEDxCOIMBRA Tertúlia
Compaixão 11.05.2013, Museu da Pedra, Cantanhede || TEDxCoimbra 2013
“We are living a period of
crucial mobilization” and this is “the best idea Humanity ever had”. Charter For Compassion.
Não há dúvida, os tempos que a Humanidade actualmente atravessa
são difíceis, confusos, sinuosos.
As questões que diariamente colocamos, sejam elas pessoais
ou transversais à sociedade, sejam elas locais ou abrangentes de diversos povos
e culturas, são imensas e muitas vezes ecoam sem resposta. Ou, pelo menos, sem
uma resposta aparente.
Talvez a resposta para as questões que a Humanidade coloca
seja de uma simplicidade perturbadora. E o que nos perturba, abala-nos, mas,
simultaneamente, faz-nos evoluir.
O caminho que devemos seguir nem sempre é linear e nem
sempre está aberto, por vezes encontra-se fechado e isso também é preciso; é
preciso parar para pensar, repensar atrás para depois avançar.
“We will
gather, we will hear the word everywhere”.
Compaixão.
Ou a capacidade de criar vida e paz.
O ser humano não vive sozinho no Mundo, vive em comunidade
com os outros seres humanos, vive e partilha um Planeta com outros seres vivos,
depende da Natureza.
Saber aceitar essa inter-ação e essa dependência faz do
Homem um ser que necessita de se preocupar com o que o rodeia. Ou seja, tendo
em vista que o nosso bem-estar é um reflexo do bem-estar dos outros e do equilíbrio
dos ecossistemas, o Homem tem uma necessidade de ter de sair de si e colocar a
sua primordial preocupação no bem-estar do outro.
Colocar o “eu” de lado, mudar o sujeito, passar a pensar e
agir como “nós”. Não sou apenas eu, somos todos nós.
O Mundo exige-nos isto para que o possamos mudar.
É crucial este exercício, sairmos de nós próprios e irmos ao
encontro do outro; não por pena, por solidariedade ou até misericórdia, mas sim
porque a Humanidade é um único Ser e se algum dos seus membros não estiver bem,
estiver doente ou a sofrer, todo o resto do Ser também estará e não poderá
evoluir.
Neste Ano Europeu da Cidadania faz todo o sentido repensar
qual o sentimento que nos une a todos nós, cidadãos. O que é transversal a
religiões, culturas, línguas, sistemas económicos, a tudo, e que atinge cada
cidadão no seu mais profundo interior fazendo-o viver com paixão tudo aquilo
que o rodeia.
Muito se pode dizer sobre compaixão, historicamente,
socialmente, a evolução do próprio conceito. No entanto, para mim, vejo a jihad
da compaixão não mais do que o caminho, the path, para se alcançar a verdadeira
cidadania global. Eu pertenço ao Mundo.
E quem é o Mundo? Os outros, todos nós. E isto é a pura Vida
a acontecer.
E quando a vida acontece, o Mundo evolui. E quando o Mundo
evolui, a paz reina nos corações de todos os homens e mulheres.
A melhor forma de contagiar os outros com esta nobre forma
de viver a vida, é transmiti-la pelas nossas acções; por ao verem o nosso
comportamento os outros sintam um apelo emocional que se transforma num vínculo
que une todos os homens e mulheres.
Este equilíbrio entre a nossa evolução pessoal e a dos
outros, o sermos ativos numa e noutra evolução, irá abrir caminho para um
futuro longo e próspero.
Seremos capazes? E porque não?
Não houve um dia em que ousámos sair do Planeta e conquistar
o espaço? Não seremos capazes agora de quebrar as fronteiras do nosso próprio “eu”
e irmos para além, rumo ao “nós”?
Este é o desafio da compaixão. Esta é a Força que desafia a
própria Vida.
Brilhante Tertúlia TEDxCoimbra.
Todos juntos somos fantásticos.
Paula Franco
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